domingo, 6 de fevereiro de 2011

Necrofilia

Necrofilia
Willy Roza

Desliguei o gravador no momento
Em que pesei a última víscera
Depois costurei o velho mendigo
E o guardei embalsamado.

Foi quando avistei um pequeno pé
O dedo pendia etiquetado
Ana Karenina estava escrito
Morta aos dezoito anos, baleada.

Curioso, retirei o lençol
Que o teu corpo gelado cobria
Juro, tive uma surpresa
Com tua sombria beleza.

Seios fartos de senhora
Cabelos crespos compridos
Ruivos como os lindos pelos
Que te enfeitavam a região pubiana.

Oh! Minha linda Ana
Tive que roubar-te um beijo
Mas o monstro do desejo
Deixou-me ainda mais excitado.

Te possui com volúpia
Sobre aquela mesa fria
Assaltou-me a agonia
De nunca te ver acordada.

Ah! Minha bela menina
A terra comerá teu cadáver
Sinto-me um miserável
Por não ter te deflorado em vida.

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