segunda-feira, 2 de julho de 2012

Papo incrédulo


Papo incrédulo
lucas selau

To sentindo que o mundo ta num trem pronto pra estacionar
Sentindo que tudo acaba depois das seis, que não tenho relógio
Que a data passou por mim como mais um trote, uma risada
To sentindo que não tem hoje e amanhã, vivendo antes
Vivendo uns dias atrás, agora e distante perdidos num crédulo

To sentindo os olhos pesados e lembrando de coisas em muros
Do caminho lotado de carros, de asas e de acentos
To lembrando de quando pronome atravessava dissimulado
Entorpecendo uma imagem preenchida de um nome especifico
To sentindo que só lá havia notas suficientes pros acordes novos
E nenhuma canção ia ter melodia sem a inocência de outra boca

To parado por alguém que me deixou sem rodas em uma highway
O tempo é instância, posto a duzentos quilômetros daqui e bebida barata
To parado e esperando à hora certa pra caminhar, ir adiante e...
Sei lá, acender um cigarro e digerir todos meus assuntos diários
Eu só to parado e pensando em como vão às coisas depois da janela
Fora do ponto de visão, televisionado meus anseios na baixa freqüência

To sentindo que termina nesse exato momento outra história semi’tonante
Que durou pouco, arrastou o berro tentando não cansar, ou exaurir
Que as tentativas de bons ou melhores dias seja esquecida antes de qualquer passo
To sentindo que logo irão me descobrir, nesse recuo tático, palavra em lábio
Vivendo uns dias atrás, esquecendo de agora, em diante, talvez

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