calafrio
Lucas Selau
esse calafrio, há
pouco
dizia minha avó: oh!
um anjo
esse tremor escalando
como um raio
a minha coluna
e já a altura
da minha nuca
vira estática e
cabelos
e um suspiro tímido do
desconhecido
dizia meu pai: um
fantasma passou por mim, agorinha
e espanava os ombros
com ambas as mãos
deitando os pelos
ouriçados pelo mistério
do antebraço
pelo cotovelo
até os ombros
um gramado de
sensações
e os pés inquietos
pela tempestade na epiderme
já eu, meus lençóis e
eu
não digo nada,
permaneço silêncio
cogitando entender
minhas frequências
meu corpo dormitado
tentando sincronismos
com minha cabeça
inflada
depois da catarse, dos
golpes do sonho
o indivíduo em mim
reconsidera o estranho
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