sexta-feira, 9 de maio de 2014

calafrio


calafrio
Lucas Selau

esse calafrio, há pouco
dizia minha avó: oh! um anjo
esse tremor escalando como um raio
a minha coluna
e já a altura
da minha nuca
vira estática e cabelos
e um suspiro tímido do desconhecido

dizia meu pai: um fantasma passou por mim, agorinha
e espanava os ombros com ambas as mãos
deitando os pelos ouriçados pelo mistério
do antebraço
pelo cotovelo
até os ombros
um gramado de sensações
e os pés inquietos pela tempestade na epiderme

já eu, meus lençóis e eu
não digo nada, permaneço silêncio
cogitando entender minhas frequências
meu corpo dormitado
tentando sincronismos
com minha cabeça inflada
depois da catarse, dos golpes do sonho
o indivíduo em mim reconsidera o estranho

Nenhum comentário: