DIÁRIO DE UM ASSASSINO
Jonas Gabriel de Souza
O som intermitente
manchando o belo carpete
com um gotejar impaciente.
O ferro frio sobre o bidê.
Agora sem muitos sinais,
não mais como evidências,
pois o lenço levou as digitais.
Por entre a luxuosa janela
a lua mostra seu esplendor,
iluminando seu morno rosto
sem nenhum sinal de dor.
Tudo foi como planejado,
e executado com muita calma:
e em meio a um intenso orgasmo
com a faca arranquei-lhe a alma.
Ela sequer notou o sangue,
julgando ser o gozo perfeito
morreu sorrindo, então,
com uma faca cravada no peito.
Deitei ao seu lado e dormi
coberto com o lençol antes branco.
O sangue não me incomoda,
seu cheiro me atrai, se devo ser franco.
Após um sono sem sonhos,
fui acordado pelo gotejar insistente
que tecia o tempo como um relógio,
marcando compassos em minha mente.
Sorri então e saí,
almejando um dia entender
por quê que toda mulher que amo
por minhas mãos deve morrer?
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