terça-feira, 24 de maio de 2011

Passeio pela Cidade em Noites Gélidas

Passeio pela Cidade em Noites Gélidas
Marco Kerchner da Silva

Vago solitário, enquanto a cidade dorme.
Ouço ao longe o ronronar de um gato,
Faminto, procurando comida.
Ouço as criaturas rastejando ao meu redor,
Devorando os vestígios de mais um dia
Nessa cidade.

Caminho, passo a passo, sem vivalma na rua.
A sinfonia da cidade se cala ao meu passo.
Só o que ouço é o barulho de borracha contra asfalto.
Cá estou eu, andando nesta rua deserta,
Andando sem rumo, aproveitando a noite
Nesta adormecida cidade.

O caos dá lugar ao sossego.
O choro de uma criança corta o ar.
Um piano toca ao longe, uma televisão anuncia as notícias.
E nada mais, além do retumbar dos meus passos.
É ótimo estar vivo,
Nesta cidade.

Olho para o céu. As estrelas parecem sorrir,
Convidando-me a seguir meu caminho.
A lua parece alegre hoje,
Me banhando com sua onda prateada,
Refletindo no asfalto ainda quente.
É um belo dia pra um passeio...

Sinto o gélido vento da madrugada,
Batendo em meu rosto, levantando meu cabelo.
Ouço o barulho em minhas orelhas, como em uma concha.
Já não estou mais na cidade, no caos,
Estou em meu lugar especial, meu castelo, minha fortaleza,
Estou no lugar que mais queria estar...

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