terça-feira, 27 de dezembro de 2011

sl

sei lá
Fernando L.S. Martins

A poesia é simples
Tem quem complica com uma porrada de miúdos
Mas no fundo é a verve sob panos, planos, palcos
Cantar e dançar noites e dias a mesma música
Ritmar gritos de amor em uma janela terceiro andar
Derreter luzes endossadas, atirar pedra no marasmo
Poesia é simples demais
Tem castelo em Pasárgada, Marilia de pés descalços
Um corvo conselheiro, vaqueiro de piano, cidade Itália
Tem Homero, Tasso, Quintana, tem Goethe e Piva
Tem gente que rima e uns que só falam em demasia
E usam palavras esquisitas... demasia...
Poesia é simples simples
Tem quem escreve e quem lê, quem lê e escreve e critica
Tem paixão de um dia, vida inteira, biscoito e chá
Tem tudo e aquela coisa que pra muitos não é nada
Ser de algum jeito o que quase sempre é mentira
Beijo na chuva de inverno, um sonho pé de pálpebra
Poesia é só poesia
E faz riso e choro em dois tempos, faz tudo mesmo
Vira prosa, crônica, conto, o importante é o som coesão
Ser expressão prum sorriso mudo, lágrima sem final
Diz verdade que ninguém diz, aconselha errado
E é assim por ser poesia, se não fosse assim...
Sei lá, não seria

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